Entenda do que se tratam esses fenômenos e as suas repercussões no Brasil
No último dia 20 de março, precisamente às 12h33, começou o outono no Brasil. Essa é uma estação marcada pela queda de temperatura em diversas regiões do país e diminuição das chuvas no Sudeste e Centro-Oeste, mas ainda com fortes chuvas na região litorânea do Nordeste.
Se este é um período em que muitos cogitam comprar um aquecedor devido ao frio que chega, é importante estar ciente de dois efeitos que interferem na estação: o El Niño e a La Niña. Você sabe do que se trata e como atuam? Conheça mais no texto abaixo.
El Niño e La Niña
Tanto o El Niño quanto a La Niña, presentes na região do oceano Pacífico Equatorial, fazem parte de um mesmo fenômeno atmosférico-oceânico. Denominados como El Niño Oscilação Sul (ENOS), esses fenômenos são referentes às situações em que o oceano Pacífico Equatorial está mais quente (chamado de El Niño) ou está mais frio (chamado de La Ninã) quando comparado à média histórica de temperatura.
Essa diferença de temperatura resulta em efeitos globais de temperatura e precipitação de chuvas em diversas regiões do planeta. Esses efeitos alteram os padrões de vento em todo o mundo, alterando os regimes de chuvas em regiões tropicais e em latitudes médias.
Esses fenômenos costumam ocorrer em um intervalo de dois a sete anos. No caso do El Niño, os ventos costumam soprar com menor força, acarretando um maior índice pluviométrico na América do Sul. Com isso, no Brasil, há uma redução das chuvas na Região Norte, chuvas acima da média e temperaturas mais altas na Região Sul e secas no Nordeste.
Já o La Niña faz com que aconteça a intensificação dos ventos alísios na faixa equatorial. Os efeitos no Brasil costumam ser o aumento das chuvas no Norte e Nordeste do país, enquanto o Centro-Oeste e Sul enfrentam períodos de estiagem. Este é o efeito que é esperado para o país neste ano.
Outono de 2022 no Brasil
O outono deste ano deve começar com uma frente fria no país, que deve avançar até o Sul da Bahia, o Espírito Santo e o Norte de Minas Gerais. Esse efeito fará com que a circulação de ventos no país force a concentração de umidade na porção norte do Centro-Oeste, sobre a Bahia, o Tocantins e sobre a parte central e norte da Região Sudeste. Ou seja: expectativa de mais nebulosidade e chuva nos primeiros dias da estação.
Inclusive, a expectativa dos meteorologistas para este ano é que seja um período com menos chuva do que o normal em alguns estados brasileiros. Isso deve acontecer para todos os da Região Sul, além de Mato Grosso do Sul, São Paulo e áreas como o Sul de Minas Gerais.
Por outro lado, no Centro-Norte do país, a expectativa é que as condições estejam mais úmidas do que o normal, sobretudo no início da estação. Agora, no Centro-Sul do país, deve permanecer o padrão de tempo frio e seco no começo do outono, com o ar frio de origem polar chegando com moderada intensidade e causando queda acentuada de temperatura.
Uma vez que o Atlântico Sul está mais quente do que o normal em 2022, é esperado mais áreas de instabilidade na costa leste da Região Nordeste, com mais pancadas de chuva ao longo do litoral. Em especial, as capitais João Pessoa, Aracaju, Natal e Maceió devem esperar um outono com chuvas mais volumosas.
Por sua vez, em maio, é esperada a primeira onda de frio forte da estação. Em março e abril, estados do Sul já podem registrar quedas de temperatura, mas a partir da segunda quinzena de maio, o frio será sentido nesta região e em outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, parte do Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.
Existe a chance dessas frentes frias provocarem chuvas fortes nos estados citados. Assim, em especial o Rio de Janeiro, o Sul de Minas e a zona da mata mineira devem esperar por temporais com o frio durante este mês.