Uma reportagem especial do domingo espetacular alertou para a possibilidade da exploração de urânio pode estar aumentando os casos de câncer em Caetité, na Bahia.
De acordo com a reportagem da Record TV, o número de casos de câncer na cidade de Caetité, no sertão da Bahia, está preocupando os moradores locais.
Eles acreditam que a doença é resultado da exploração do urânio, um mineral radioativo usado para abastecer reatores de usinas nucleares.
Assista à reportagem da Record TV
Uma reportagem exclusiva com uma população assustada o número de casos de câncer na cidade de Caetité, no sertão da Bahia, está preocupando os moradores, eles acreditam que a doença é resultado da exploração do urânio, mineral radioativo, usado para abastecer reatores de usinas nucleares, uma doença grave que atinge muitas famílias da região.
Em Caetité, cidade histórica de 50 mil habitantes. Casos de câncer são comuns nesta região do brasil, nas comunidades rurais, difícil é entrar numa casa e não ouvir um relato sobre a doença.
Para muita gente o problema está no solo, é que o sudoeste baiano é famoso pela exploração de urânio. O mineral radioativo estratégico para o país está espalhado por muitas terras no Brasil, que é um grande produtor de urânio que é a matéria prima para gerar energia nuclear.
Agora mais do que ser produtor de urânio, a gente tem é know-how do ciclo de enriquecimento de urânio. A INB, Indústrias Nucleares do Brasil, é a única empresa que tem permissão para extrair o urânio, ela pertence ao governo federal e começou as atividades na região em 2000.
Leia também:
- Pensão alimentícia: como funciona [Atualizado 2020]
- Divórcio e Separação Extrajudicial
- Divórcio e dissolução de união estável
- Mãe se emociona com pensão para filha depois de anos de espera
- Inventário Extrajudicial
O urânio que é beneficiado ali na indústria, tem a finalidade de abastecer os reatores nucleares das usinas de Angra 1 e 2, mas antes de chegar lá, esse minério percorre um longo caminho, depois de purificado é levado até salvador, de onde é transportado em navios até a frança, finalmente enriquecido, depois disso, retorna ao brasil sob a forma de gás, em Resende no Rio de Janeiro passa pela última transformação, aí sim chega até as usinas.
Foi assim, durante os 15 anos que a empresa ficou em operação neste período. Segundo documentos da própria empresa, foram produzidos mais de três mil e 700 toneladas de urânio, já concentrado.
Alto índice de casos de câncer
Há quase cinco anos a INB, encerrou as atividades em Caetité / BA, mas quem é da região afirma que a exploração do urânio deixou um rastro de problemas muitos difíceis de identificar e de explicar. Um deles é o alto índice de casos de câncer.
Uma dúvida que persegue quem vive nessa região é se os casos de câncer seriam fruto da exploração do minério ou problema estava e antes mesmo da INB
aparecer
Muitos acreditam que é devido a exploração, por outro lado, muitos descobriram que as propriedades onde moram, ficam em áreas, em que o mineral radioativo também está presente, por causa disso, muitas famílias tiveram que abandonar seus poços artesianos, muitas vezes, a única forma de extração de água da família, em que pese ser a única forma de extração de água da família, devido a laudos que demonstram que a presença do elemento na água.
Vários institutos de pesquisa já produziram, relatórios sobre radiação nestas terras, um deles, da Universidade Federal da Bahia, chama atenção pelos altos índices de câncer na região.
O documento não afirma que a presença do urânio ou a exploração do mineral seja o responsável direto pelos números da doença mas o relatório ressalta que para alguns tipos de câncer, os casos nesta região são 30 vezes maiores que em outras partes da Bahia.
O estudo chama a atenção para os casos de câncer no estômago e intestino em homens com menos de 50 anos de idade para o pulmão e encontrou seis vezes mais a tendência de aumento na região em relação à Bahia quando comparado com a Bahia.
A universidade federal da Bahia ainda encomendou outro estudo sobre o urânio na região técnicos da comissão de pesquisa e informação independente em radioatividade o instituto da frança estiveram por aqui e chegaram a uma conclusão alarmante, a exploração de urânio pode ter deixado expostas, às rochas do minério o que aumentaria ainda mais o risco de contaminação da população.
Segundo o pesquisador, em locais onde a INB explorou o urânio, foram encontrados níveis de radioatividade acima dos normais.
De acordo com especialistas a radioatividade pode alterar o relógio biológico das células com isso elas crescem desordenadamente e causa dos tumores, essa contaminação pode ocorrer em função da circulação em áreas que foram manipuladas, trabalhadas, pela empresa e que não estão isoladas e também pode ocorrer em função de consumo de água é contaminada em em áreas de influência é da atividade mineradora.
Um funcionário que prefere não se identificar, diz que proteção era algo raro para quem fazia trabalho braçal, ele relata que quando alguma fiscalização aparecia a ordem era desaparecer o coordenador da campanha chegava a dizer assim vocês procuram um local no meio da mata e desaparece.
O diretor do sindicato dos mineradores da região, fez várias denúncias contra a empresa, foi ameaçado e está incluído no programa de proteção aos defensores dos direitos humanos.
Lucas Mendonça, disse que a empresa tentou esconder alguns acidentes que ocorreram, desde 2000, no início de operação já vinha tendo vazamentos e o grande problema disso é que a empresa tentou esconder.
Nos últimos meses a população tem ficado ainda mais preocupada, é que no ano que vem, a INB deve voltar a explorar urânio na região, o processo para liberação dessa nova linha de produção já está em andamento e depende da liberação do IBAMA e da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
De acordo com a reportagem, entraram contato com a INB e eles não quiseram gravar entrevista, por e-mail responderam às perguntas enviadas pela produção sobre o aumento do número de casos de câncer na região de Caetité.
Contrariando os dados comprovados pela pesquisa realizada pela universidade federal da Bahia e por um institudo da França, eles enviaram dados de outra pesquisa, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre os anos de 1990 e 2005, que conclui que não foi observada a alteração no perfil de mortalidade por câncer na população de Caetité e lagoa real, nem maior probabilidade de se adquirir câncer nesses municípios.
Sobre as denúncias de contaminação do solo e da água e até de funcionários que trabalharam na empresa a INB respondeu que desenvolve permanentemente programas de monitoração ambiental e proteção radiológica para assegurar a qualidade do meio ambiente e preservar a saúde de seus empregados e da população que mora nas proximidades da mineradora.
Urânio
Encontrado na crosta terrestre em muitas regiões do mundo, o urânio é um metal prateado, radioativo, denso, inflamável, flexível e maleável.
O minério de urânio mais comum e importante é o urranito. Em sua forma natural, o minério tem baixa radioatividade.
Em 1789, o químico Martin Klaproth identificou o urânio, que recebeu esse nome em homenagem ao planeta recém-descoberto.
O urânio é o mais pesado entre os elementos naturais e seu símbolo em escala periódica é U. O urânio é encontrado na crosta terrestre, como um constituinte da maioria das rochas, desde a formação do nosso planeta, por mais de quatro bilhões de anos.
Estudos sobre propriedades de urânio impulsionaram a pesquisa científica. Em 1833, o fenômeno de luminescência dos sais de urânio é descrito; em 1896, o cientista Henri Becquerel descobriu que o minério emite radiação; em 1903, Pierre e Marie Curie receberam o Prêmio Nobel de física por suas descobertas sobre a radioatividade.
A grande conquista para o desenvolvimento da energia nuclear foi a descoberta do fenômeno da fissão nuclear por Otto Hahn e Fritz Strassman em 1938.
A partir daí, houve uma extensa pesquisa e, no ano seguinte, Enrico Fermi sugeriu que os nêutrons resultantes da fissão poderiam desencadear uma reação em cadeia, que foi confirmada mais tarde por outros pesquisadores.
A Constituição brasileira afirma que a energia do urânio só pode ser usada no país para fins pacíficos. A energia nuclear tem sido amplamente utilizada em várias áreas: produção de energia, medicina, meio ambiente, engenharia, produção de radiofármacos, agricultura, conservação de alimentos, esterilização de vários materiais e pesquisa.
Os efeitos da radioatividade na saúde humana
De acordo com o blog mantido pela equipe de Física do Instituto de Física da Inglaterra, existem dois principais efeitos na saúde causados pela radiação, que atuam a curto e longo prazo e também a distâncias cada vez menores.
A radiação causa problemas de saúde ao matar as células do corpo, e a quantidade e o tipo de dano causado depende da dose de radiação recebida e do tempo em que a dose é espalhada.
Os limites de dose para trabalhadores de emergência no caso de um acidente nuclear são 100 mSv se protegendo a propriedade ou 250 mSv em uma operação que salva vidas.
Entre esse limite superior e 1 Sv recebido em um único dia, é provável que a exposição cause alguns sintomas de envenenamento por radiação, como náusea e danos a órgãos como medula óssea e linfonodos.
Até 3 Sv, esses mesmos efeitos são mais graves, com probabilidade de adquirir infecções devido a um número reduzido de glóbulos brancos no corpo – com o tratamento, a sobrevivência é provável, mas não garantida.
Doses maiores, além dos sintomas acima, causar hemorragia, esterilidade e descascamento da pele; uma dose não tratada de mais de 3,5 Sv será fatal e a morte é esperada mesmo com tratamento para doses superiores a 6 Sv.
O nível de radiação diminui com o quadrado da distância de sua fonte, de modo que alguém duas vezes mais distante de uma fonte externa receberá um quarto da radiação.
Receber uma dose alta em um tempo mais curto geralmente causa danos mais agudos, pois doses maiores matam mais células, enquanto o corpo pode ter tido tempo para reparar algum dano com o decorrer do tempo entre as doses.
No entanto, o material radioativo espalhado para uma área mais ampla pode causar efeitos à saúde a longo prazo por exposição prolongada, principalmente se eles entrarem na cadeia alimentar ou forem inalados ou ingeridos diretamente.
A entrada de materiais radioativos no corpo também apresenta o maior perigo de átomos que sofrem decaimento alfa, pois as partículas alfa não são muito penetrantes e são facilmente absorvidas por alguns centímetros de ar. Foi o polônio-210 emissor de alfa que foi usado para matar Alexander Litvinenko em 2006.
Isótopos radioativos do iodo, que sofrem decaimento beta, podem se acumular na glândula tireóide e causar câncer de tireóide.
As tentativas para evitar isso envolvem a distribuição de pílulas que incluem iodo-127 não radioativo e que inundam a tireóide, impedindo a captação de iodo radioativo.
Para doses únicas, como as de exames médicos, o risco de desenvolver câncer mais tarde é estimado em cerca de 1 em 20.000 por mSv recebido.
Estima-se que a absorção de uma dose acumulada de 1 Sv por um período mais longo acabe causando câncer em 5% das pessoas.
No entanto, há divergências sobre se doses muito pequenas comparáveis ao nível de radiação de fundo realmente contribuem para os efeitos na saúde.
O que é radiação? O que é radioatividade?
Conforme esclarece o site whatisnuclear.com, um átomo radioativo é aquele que emite espontaneamente partículas ou ondas energéticas (conhecidas como radiação).
Essa radiação é emitida quando um núcleo instável (isto é, radioativo) se transforma em outro núcleo ou nível de energia.
Imagine uma grande bola feita de ímãs girando muito rápido. Às vezes, alguns pedaços do ímã disparam e atingem a parede.
É assim que a radiação é. No que se refere à energia nuclear , muitos materiais criados durante a operação de um reatorsão instáveis.
À medida que se deterioram por períodos variados (de microssegundos a centenas de milhares de anos), emitem partículas ou ondas energéticas.
A energia transportada por essa radiação geralmente é suficiente para causar danos às células biológicas e, portanto, é um risco para a saúde.
Assim, a radiação é a principal causa de preocupações de segurança relacionadas à energia nuclear.
Se você estiver procurando por matemática, consulte a página da matemática por trás da deterioração radioativa.
Tipos de radiação nuclear
Existem vários tipos de partículas ou ondas que podem disparar de um núcleo radioativo. Partículas alfa, partículas beta, raios gama e nêutrons são as formas mais comuns de radiação ionizante (isto é, perigosa).
Partículas alfa
Nomeado alfa porque foram os primeiros a serem descobertos, essas partículas são compostas por 2 prótons e 2 nêutrons: o núcleo de hélio.
Frequentemente, átomos grandes decaem emitindo uma partícula alfa energética. Essas partículas são relativamente grandes e carregadas positivamente e, portanto, não penetram muito bem na matéria. Um pedaço de papel fino pode parar quase qualquer partícula alfa.
No entanto, as partículas causam danos extremos aos materiais em que param, deslocando átomos à medida que diminuem a velocidade. O papel sob irradiação alfa sustentada se degradaria.
Partículas beta
As partículas beta são elétrons energéticos emitidos pelo núcleo. Eles nascem quando um nêutron decai para um próton.
Como os nêutrons são partículas neutras e os prótons são positivos, a conservação da carga exige que um elétron carregado negativamente seja emitido.
Alguns isótopos decaem convertendo um próton em um nêutron, emitindo um pósitron (um anti-elétron). Essas partículas podem penetrar mais na matéria do que as partículas alfa, e é necessária uma pequena placa de alumínio para parar a maioria das partículas beta.
Raios gama
Os raios gama são fótons emitidos pelo núcleo. Freqüentemente, um átomo em um estado excitado irá excitar emitindo um raio gama.
Os raios gama são semelhantes às ondas de luz e raios-x, exceto que geralmente são muito mais freqüentes e, consequentemente, mais energéticos.
Essa radiação não tem carga e pode penetrar facilmente na maioria das matérias, exigindo tijolos de chumbo para proteção.